AIA - Bernardo Velloso Pimenta

● FORMA CONVIDATIVA     Entende-se por forma convidativa a forma que mais possui afinidade com as pessoas. Segundo Hertzberger, os projetos devem ser adequados a cada situação a qual estão inseridos, devendo ser, em outras palavras, não apenas confortável, mas também estimulante, sendo esta adequação designada como forma convidativa. Em se ratando de Belo Horizonte, para exemplificar esse termo, escolhemos as entradas dos mercados Central e Novo, que demonstram uma diversidade peculiar em quantidade e em qualidade de cores, fontes e tipologias, bem como os diversos caminhos da praça Raul Soares, sendo um meio arquitetônico a estimular o usuário a experimentar de diferentes formas o ambiente. ● URDIDURA E TRAMA     Urdidura e trama remetem a um tecido: urdidura estabelece o ordenamento básico do tecido, serve de base, enquanto a trama dá cor, textura, padrão ao tecido. Em "Lições de Arquitetura”, Hertzberg cita o plano de Le Corbusier para Argel: a grande estrutura co...

 Professores, minha versão final é essa. Infelizmente, eu perdi o documento em formato de SketchUp para editá-lo e seria inviável eu refazer tudo do início por conta do meu serviço, que tira um tempo considerável. Isso sem contar as demais disciplinas que estão bastante puxadas. Mas espero que seja suficiente para entender a proposta do exercício. Desde já, agradeço!

 

 

 

 

 

      Um dos filmes/documentários mais interessantes que eu já mantive contato até hoje. O processo de identificação e de associação do ser humano com seu próprio ambiente é, além de generalizado, muito peculiar para cada indivíduo. Relacionamo-nos com o espaço ao nosso redor de forma que o transformamos em uma extensão de nosso interior, provavelmente incompatível com os aspectos de outras pessoas. Nesse contexto, a partir do momento em que entramos em contato com o ambiente de outrem, é de se esperar que não nos sintamos confortáveis, especialmente no que diz respeito ao sentimento de lar. Curiosamente, é também possível entender um pouco de quem é o habitante de determinado espaço apenas estudando-o, sem ser necessária sua presença. Isso mostra claramente como que, de forma instantânea, os seres humanos se associam ao local onde vivem e se fundem a ele, transformando-o em parte de si, confortável para si e tradução de si.  

     Para a primeira versão de meu objeto vestível, eu concebi uma ideia e, utilizando uma fita de cetim verde e duas pulseiras, construí o protótipo de meu trabalho. A ideia é, através das limitações do objeto, explorar-se o espaço da melhor maneira possível. A fita é presa uma das mãos de duas pessoas e em uma de suas pernas juntas em apenas um buraco, como se fosse uma corrida de três pernas. 

    Após a leitura do texto de Flusser, uma nova reflexão acerca dos objetos surgiu em minha mente. Os seres humanos, a partir do momento em que passou a usufruir das matérias para concepção e construção de elementos que o ajudassem em seu cotidiano, passaram a manipular algo que, de certa forma, é seu manipulador. Isso pode ser explicado com o exemplo do carro no texto, que apresenta a ideia de que criamos o carro para nos locomover mais rapidamente, porém estamos limitados a seu uso para fazê-lo, bem como estamos restritos pelos engarrafamentos, acidentes de trânsito, leis de trânsito etc. Isso mostra que o objeto, etimologicamente associado a problema, é um obstáculo utilizado para atenuar outros obstáculos, ou seja, um ciclo problemático do qual nunca será possível se desvencilhar. Sempre buscaremos praticidade e conforto nos objetos, mas eles sempre nos limitarão à sua própria natureza e utilização. 

 

 O espaço à minha volta nunca foi muito valorizado por mim. Na verdade, eu valorizo o que eu coloco nele, ou melhor, o que eu faço desse espaço através de outros elementos. Entretanto, o que o próprio espaço é e como meu corpo se relaciona com ele nem sempre esteve em meus pensamentos cotidianos. Através dessa atividade, um simples cubículo dentro de um espaço que utilizo diariamente tornou-se palco de possibilidades. O vazio se tornou cheio e possível. O tato me possibilitou entrar em sintonia com o espaço e me moldar nele. Tudo isso foi muito interessante. Explorar sempre é algo enriquecedor. Sempre. 

 INSTRUÇÃO     Compartilhar as manias/tiques em grupo, conversar sobre eles, escolher um e experimentar essa escolha no espaço de formas diversas (repetição, exagero, rapidez, lentidão etc.). Câmera como expectadora, sugestão: câmera filmar a maior parte do espaço possível ou fazer cortes em diferentes ângulos.

Para a elaboração desse trabalho, as instruções consistem em compartilhar as manias/tiques de cada componente do grupo. Depois disso, é necessário escolher uma das manias para cada um e, então, experimentar essa escolha no espaço de formas diferentes.